quarta-feira, 17 de outubro de 2012

7 de março de 2012

Sou Mãe de Minha Mãe
Artística plástica
Trabalho elaborado por Isoldi mostra a força da mulher as dificuldades em projetos
Teutônia – A artista plástica Isoldi Rollof vem desde o mês de novembro do ano passado elaborando um grande projeto artístico, em modalidade de instalação, com o tema “Sou Mãe de Minha Mãe”. O trabalho concluído ainda no mês de fevereiro deste ano, agora está em exposição de 1° a 13 de março, no Unic Shopping, em Lajeado. A artista buscou neste trabalho, retratar uma de suas grandes lutas diárias no cuidado de sua mãe enferma.
Conforme ela, a ideia surgiu quando foi viajar com o filho de 8 anos para Morro Reuter, onde reencontrou velhos amigos, grandes artistas e ex-colegas de faculdade. Entre eles, Flávio Scholles, artista expressionista cubista. “Ele me fez contar toda a história de minha mãe, que desde a juventude é portadora do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que é a criação de um mundo particular, e há uns 11 anos é portadora do Mal de Alzheimer”.
Isolde cuida da mãe há nove anos e, antes disso, monitorava a mãe em outro local em que ela passou a viver após o pai ter falecido em fevereiro de 2011. “Esta realidade faz parte de minha vida, sou filha única, portanto, única responsável por ela. E já vinha pensando em levar ao público um tema que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro”.  
A artista contou a seu amigo Scholles a “comunicação pelo silêncio”, pois há uns oito meses sua mãe não pronuncia mais nenhuma palavra, embora já antes não falava espontaneamente, mas somente quando interpelada. Então, Isoldi aprendeu a interpretar a expressão facial e corporal dela.
O amigo sugeriu que ela trabalhasse essa “linguagem do silêncio”. “Amadureci tudo isso e optei em apresentar nova instalação sobre uma enfermidade tão comentada na atualidade”. Além da montagem na modalidade instalação, a artista também pretende falar sobre o tema através da pintura.

Trabalho
Para a concretização do trabalho, ela realizou pesquisas nas horas de descanso, consultando livros, a internet, entre outros. Além dos demais profissionais, com os quais solicitou material, como marceneiro e serralheiro, neste trabalho exclusivamente ele teve a colaboração da fotógrafa Simone Ohlweiler. “Que veio nos acompanhar por um dia de rotina, onde reunimos mais de 300 fotos para serem após selecionadas e trabalhadas aplicadas à outra técnica em programa de software’, explicou.

Espelhos
A artista explica que este trabalho será exposto usando de metáfora, através dos espelhos, para mostrar a limitação da vida. “Vou mostrar a rotina diária da relação cuidador e paciente portador de Alzheimer. Haverá uma seleção de registros fotográficos da atualidade, de situação real, algumas trabalhadas com fractais”, expôs.  
Segundo ela, uma linguagem poética irá complementar estas imagens, com falas e pensamentos de cuidador e de paciente. “A tradução de uma angústia, de um futuro imediato incerto, do sofrimento, de momentos de descontração, não esquecendo das vaidades, de cuidados paliativos”, destacou.

Expectativa
Para ela, a expectativa sobre este projeto já está superada, porque o tema sobre a luta contra o Mal de Alzheimer e a futura Mostra de Arte “Sou Mãe de Minha Mãe” já estão sendo divulgados na mídia. “Já causou curiosidade, comentários e inclusive recebi convites de outros novos locais, pois querem promover meu trabalho”.

Porém, ela ainda espera que a mostra sensibilize as pessoas, famílias que possuem alguém nesta realidade, de informar, de aproximar, de desmistificar, de confortar, de dialogar e de quebrar preconceitos.

Modalidade instalação
A instalação é muito utilizada por artistas visuais em galerias de arte, museus e bienais de artes visuais. É utilizada para justamente conseguir interagir com cada pessoa, passar uma ideia ou várias, de conseguir “brincar” com o público.
Já explicando a instalação tecnicamente, é uma manifestação artística na qual a obra é composta de elementos organizados em um ambiente, é um arranjo cênico de objetos. A disposição de elementos no espaço tem a intenção de criar uma relação com o espectador. É uma obra que só existe na hora da exposição, é montada na hora e após isto é desmontada, sendo que de lembranças do mesmo só ficam as fotos e recordações.


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