segunda-feira, 19 de julho de 2010

Transformações das mulheres na menopausa

A menopausa é um estágio natural da vida pelo qual todas as mulheres passam quando envelhecem. Embora seja normal, nenhuma mulher diria que os sintomas parecem normais. As ondas de calor, suor noturno, alterações de humor, cansaço e outros sintomas podem fazer da menopausa uma das fases mais difíceis no campo emocional e físico para uma mulher. Tudo isso, provocado essencialmente pela falta de dois tipos de hormônios: estrogênio e progesterona. Por isso, é importante elas conhecerem e buscarem orientações sobre estas fases da vida e evitar muitos desconfortos.

Segundo o médico ginecologista Eduardo Jung, a menopausa se caracteriza pela última menstruação que a mulher irá ter em sua vida. “Porém, para dizer que a mulher está ‘menopausada’, ela tem que ficar um ano sem menstruar. Por exemplo, se a mulher disser hoje que a última menstruação dela foi em novembro do ano passado, aí sim ela está ‘menopausada’”, explica. Como a menarca que é a primeira menstruação, a menopausa é a última.

Desta forma, o ginecologista pontua que a menopausa é apenas um evento na vida da mulher, que ocorre entre os 45 e 55 anos. “O correto é falar, quando ela está passando por este período, que ela está no climatério”, destacou Jung. Pois, conforme ele explica, o climatério vai da última menstruação até os 65 anos, que é o período considerado quando a pessoa entra na terceira idade. Esta parada da menstruação ocorre exatamente em função de o corpo parar de produzir o estrogênio e a progesterona.

Para Eduardo esta perda é um grande prejuízo para a mulher. “Porque no homem não pára, ele continua produzindo testosterona até os 80 anos. A mulher quando ela chega na menopausa, ela não produz mais hormônios e esta falta é que irá ocasionar os calorões, sudorese, secura vaginal, osteoporose e até mesmo incontinência urinária”, complementou o ginecologista. Embora este período seja algo natural, é um momento na vida da mulher, no qual ela vai ter prejuízos em sua saúde.

Por isso, surge um grande questionamento: Se a menopausa é algo natural, deve ser tratada? Alguns estudos apontam que o tratamento é importante e outros dizem que pode ser perigoso. “No caso do tratamento com reposição de hormônios, poderia aumentar em algumas mulheres pré-dispostas o câncer, principalmente o de mama”, conta Eduardo. Contudo o tratamento mais comum é este de reposição hormonal e, em geral, conforme o médico, é utilizado durante cinco anos, através de injeções, adesivos ou comprimidos.

O grande medo do médico é este, de estar aumentando o risco de câncer em uma paciente. E, este risco aumenta depois de cinco anos de tratamento. “Então, neste período a reposição é segura, depois disto a tendência é aumentar o risco em cerca de 5%”, pontuou Eduardo. Riscos estes que podem ser amenizados com acompanhamentos de mamografia e pré-câncer.

Embora exista este risco para aquelas mulheres que possuem uma disposição para tanto, o ginecologista acredita que seja importante o tratamento. “Para uma melhor qualidade de vida. Mas, para fazer esta indicação, é necessária uma avaliação individual”, destacou o médico. Isto porque, existem muitas mulheres que passam por este período normalmente, sem sentir os desconfortos.

Além da reposição, existem outros tratamentos, como os fitoterápicos (aqueles que são naturais). Por exemplo, as isoflavonas (provenientes da soja). Este produto é utilizado em função das japonesas, que durante toda a vida ingerem muita soja, e por conseqüência, elas sentem menos calorões que as ocidentais. Esta seria uma alternativa utilizada para o tratamento da menopausa, que é mais natural e que não teria os inconvenientes dos hormônios. Entretanto, o médico alerta que estes benefícios não são comprovados.

A falta do estrogênio, que ajuda a fixar o cálcio nos ossos, aumenta em quatro vezes a probabilidade das mulheres terem osteoporose do que os homens. “A osteoporose pode enfraquecer os ossos e provocar fraturas graves. Este é um problema muito sério, porque não nada a fazer além do que prevenir”, ressaltou. Por isso, além do hormônio a mulher também deve fazer a reposição de cálcio.

“Nem toda a mulher precisaria tomar o hormônio, mas toda a mulher deveria repor o cálcio”, recomendou Eduardo. Ele ainda acrescenta que, fazendo na dosagem correta, a reposição hormonal não engorda. Os únicos problemas que pode ocorrer, são naquelas pessoas com problemas circulatórios e nas fumantes. Como também, naquelas pessoas que tem pré-disposição ao câncer.

Até a década de 60 a expectativa de vida das pessoas era viver até os 65 anos. Atualmente a expectativa de vida é de 80 anos. Então, a mulher vai viver 1/3 da vida sem produzir hormônios, ou seja, cerca de 40 anos ela vai viver no climatério. Existem mulheres que tem menopausa aos 35 anos, algo precoce. Neste caso a, reposição é mais necessária. As principais recomendações é manter uma vida saudável, com a prática de esportes, não fumar, não beber muito álcool e pegar sol (fonte de vitamina D).

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